Elisa de Magalhães

Linha de Pesquisa: Arte, Crítica, Criação
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3634320208508286
e-mai: edemagalhaes@eba.ufrj.br

Projeto de Pesquisa

E na origem é tudo ruína. Descolonizar o campo da arte

O projeto “E na origem é tudo ruína. Descolonizar o campo da arte.” quer pensar e discutir como descolonizar o campo da arte, e entende que, mais do que uma proposta tem que ser uma demanda contemporânea. Para isso, é preciso um movimento mais na base, ou seja, atuar diretamente sobre o ensino e a pesquisa em arte, sobre a formação tanto dos professores, quanto dos artistas. E a primeira pergunta que proponho é pensar a arte brasileira fora da linha histórica da arte ocidental. A Missão Francesa estabeleceu os parâmetros e padrões que deviam ser seguidos na arte brasileira, tendo como principal objetivo enquadrar a produção da colônia de acordo com o padrão da metrópole, como se a arte no Brasil começasse justamente a partir daí. Como efeito dessa missão, promoveu-se o apagamento da produção da época, mantendo apenas um antecedente fora da curva ou fora do eixo: o Barroco brasileiro. Ao longo do projeto, proponho pensar como propõe Rufino: estar na encruzilhada, aberta sempre a mais de um caminho, como meta. Reconhecendo que o sistema apaga os fundamentos culturais do povo brasileiro, calçado num fazer indígena e num fazer negro, que táticas podem ser empregadas para modificar esse apagamento, instituído em todo o país e consagrado nas instituições de arte? Que táticas empregar imediatamente, para modificar o ensino da arte, onde ainda não tem, nem mesmo de forma equânime, professores, indígenas, negros e trans? Porque a universidade reluta em reconhecer saberes baseados em outras epistemes? Finalmente, quais questões éticas estão envolvidas tanto na manutenção do status quo, como na tentativa de modificá-lo? É com esses objetivos que apresento esse projeto para o PPGArtes.